terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Yes, nós temos colostro!

Pode uma coisa tão natural e corriqueira deixar uma mulher tão feliz?


Sim!

Eu tô MUITO feliz, tô me sentindo poderosa, mulherão, conectada com a natureza. 
Eu tenho colostro gents, e bastante, diga-se de passagem.

Foi ontem o nosso encontro. Foi lindo, foi emocionante!
Às 30 semanas de gravidez, no consultório da minha fada GO. Ela deu uma apertadinha, bem inha mesmo  e ele brotou, lindamente dos dois seios!

Confesso que eu andava meio tensa com esse papo de amamentação. Sempre quis amamentar e tive medo de não poder. E agora, a cada dia mais perto de ter meu filhote nos braços, o fantasma de não poder oferecer o peito tava crescendo...
Isso tudo porque há 15 anos fiz uma cirurgia redutora de mama.
Na época eu e minha mãe perguntamos para o médico se a mamoplastia poderia interferir na amamentação e e ele foi categórico ao afirmar que não tinha nenhuma relação.
Poxa, tem que ter muita certeza. Eu era muito nova.

Durante alguns bons anos não questionei, nem me preocupei com isso. Mas quando a vontade de ser mãe nasceu em mim, foi uma das primeiras coisas que lembrei e fui atrás.
Minha go confirmou minhas pesquisas internéticas. Em média menos de 20% das mulheres que se submeteram a mamoplastia conseguem amamentar seus bebês sem utilizar complemento, e a amamentação dura em torno de dois meses (ô dó). 
Não que não produzam leite. A produção não é afetada pelo procedimento cirúrgico. O problema é na saída do leite... A maior parte das cirurgias altera significativamente os ductos lactíferos. Na recolocação dos mamilos, os ductos são alterados e costumam ficar entupidos. 
Brabo isso, né? As mulheres deveriam ser muito bem informadas pelo médico. 
Isso pesa e muito na decisão de fazer a cirurgia naquele momento ou adiar até terminar de amamentar a prole (ou deveria pesar, enfim)

Claro que mesmo assim, sempre há formas de estimular e com persistência é possível amamentar o pequeno.  Mas a gente sabe que amamentar já pode ser um processo delicado quando não se tem nenhum "problema" estrutural.

Eu já tava tentando me consolar, pesquisando muito e me preparando pra usar diferentes técnicas pra amamentar nem que fosse um pouquinho. Li alguns relatos de sucesso e tava me inspirando neles pra essa jornada.

Mas hoje quando o colostro brotou do meus seios eu senti que vamos conseguir! 
A médica confirmou, dizendo que os ductos estavam bem desobstruídos e que a quantidade de colostro é um ótimo sinal. Me orientou a massagear as mamas diariamente após o banho, bem pouquinho, nas partes onde tenho mais "embolotadinho" e depois dar uma puxadinha e apertar levemente os mamilos (são um pouco planos). Quando sair o colostro, não é pra secar, ele vai preparando a pele do mamilo pra boquinha do baby não machucar. Disse que algumas pessoas acreditam que esse estímulo favoreça o parto prematuro, mas se feito apenas uma vez ao dia só vai me auxiliar na amamentação.

Ahh! Que loucura! Amamentação!

É... O tempo, aquele senhor louco
Estamos cada vez mais perto, Bernardo! 
O ninho tá quase pronto, as coisas estão andando direitinho, eu tô curtindo muito cada movimento do pequeno... 
A vaca louca foi embora do meu corpo e quem tomou o seu lugar foi uma vaca leiteira. Bem melhor assim!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Descontrole

Uma hora ele ia chegar, né? Não vou me queixar da vida e me fazer de vítima do universo, não seria justo. Não mesmo.
Mas porra! Uma hora dá um tilt, um cansaço, uma vontade de mandar todo mundo a merda e ficar quieta, sozinha, dormir 24 horas ou ir pra uma ilha deserta.
Uma vontade de chorar até desidratar.

Mil pendengas pra resolver do trabalho, planejar a tal "licença" ( opa! sou autônoma, me fudi ),da obra da casa, do enxoval, dos cachorros, da yoga, do saldo negativo no banco, da terapia que eu deveria estar fazendo... mas não tenho dinheiro. Essa época é péssima de trabalho.

To tendo uma super hiper ajuda dos meus pais na obra e no enxoval, eles vão viajar e trazer o grosso de fora.
Que ótimo, que lindo, que luxo!

Mas eu queria poder fazer tudo isso sem precisar da ajuda de ninguém.
Como ser mãe se ainda sou tão filha?

Nunca tive problemas em relação à dinheiro com meu marido. Ele sempre ganhou mais do que eu, pagou a maioria das contas e eu pagava umas contas mais leves. Sempre foi de uma maneira natural, sem cobranças, sem culpa... Mas hoje isso me incomoda e MUITO. Sei lá se são hormônios, se é o peso da maternidade, se é a ficha da responsabilidade em criar uma criança finalmente caindo, se é a noção tardia que eu não sou mais uma criança.

Só sei que hoje eu to assim. Péssima, descontrolada.
A vaca indiana que tinha possuído meu corpo desde o início da gravidez foi embora e deixou a vaca louca por aqui.

No auge da minha não experiência materna já posso dizer que me sinto uma mãe de merda.