sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sobre aquilo que mexe

"Eu sonho com um momento que eu ainda não vivi, entende?
Um momento vazio na minha vida, pra eu preencher, não sei se com alegria ou com tristeza"  - Helio Leites

Vixi!  Lá nos idos de 1999, fui com amigos do grupo de teatro que eu participava pro Festival de Teatro de Bonecos de Canela. Fomos só assistir aos espetáculos, muitos e de todo canto do mundo. Tava um friooo terrível, 3 graus abaixo de zero e resolvemos passar  a noite no carro, que ficou estacionado em frente ao barracão onde tava acontecendo a festa do festival. Eu era jovem e mega disponível, tinha 18 anos e essas indiadas eram super divertidas, os  perrengues que a gente passava viravam histórias pra contar e rir depois. E essa viagem teve muitas histórias pra lembrar com carinho.

Foi nesse festival que tive a oportunidade de conhecer o artista-louco-criador-humano Helio Leites. Ele era um homem muito simples, mas que me encantou ao contar histórias lindas dentro de caixinhas de fósforos. Era convidado do festival, junto com uma senhora fofa, a Dona Efigênia, que fazia bonecos do que parecia lixo e contava aquelas histórias dos antigos, cheias de sabedoria e sensibilidade. Lembro que ela me deu uma menina montada num cavalo alado, feitos com pacotes vazios de bolacha recheada, papéis de bala e canudos.

Nunca mais fui ao festival, de boba, porque é pertinho e tem uma programação muito legal. E também nunca mais tinha ouvido falar desses artistas incríveis.
Até que esses dias vi esse vídeo do Hélio, que me fez ficar com os olhos marejados e sentir uma saudade tão grande de mim, de sentimentos e ímpetos que eu tinha (e tenho, mas que ficaram guardadinhos num cantinho e agora tão começando a fazer barulho de novo).

O que ele diz é tão simples, tão certo e tão bonito. O que ele faz é tão colorido, tão vivo, tão inspirador, que me dá um aperto gostoso no coração. E aí eu tenho que concordar com esse artista:

"Tristeza num certo sentido até que ela é boa. Ela faz você ver outras coisas que a alegria não deixa ver."




Quem quiser saber mais sobre esse povo lindo, é só visitar O BOTÃO

Quem achar que pensar a tristeza tem lá sua alegria, pode conhecer um projeto muito legal: http://www.thomastristonho.com.br/

sábado, 9 de abril de 2011

A tentatividade real - hohohoho

 Sexta à noite. Outoninho.Sem filhos.
 Tá blogando porque mulé? Não tá dando, pós jantar à luz de velas por quê?    

 Sei que tá rolando a blogagem coletiva sobre maternidade real. Adorei, li tudo e até contribuí antecipadamente com meu sonho suadinho (brigada  mister Jung pelo inconsciente coletivo). hohehahuajeshuakk - odiou essa minha risada? eu também.

 Mas vamos falar da vida real?
 De uma moça-menina-mulher-balzaca?

 Tá. Posso falar no máximo sobre a minha vida real.
 E nela, hoje:
- fiz um belo arroz de puta, apimentadooo
- tô mais feliz que pinto no lixo pq tenho (desde segunda) uma ajudante que vem 3, eu disse 3! vezes por semana na minha casa, que  tá parecendo uma UTI de tão limpa.
- tem uma fulaninha, incompetente e antiética falando mal de mim profissionalmente (pq é chinelona, desequilibrada e recalcada - que fique aqui o registro)
- tomamos, ok, tomei quase solita, una botella de vino ( e ele é o elixir da felicidade!)
- prefiro transar quando acordo, o que não significa necessariamente de manhã.
- blá blá blá blá blá blá  (o vinho tá peganuuu)

 Essa sou eu. Hoje, sem máscaras.
 Adoraria a cia de algumas de vocês pra bater um papo, tomar um vinho e comer um chocolate.
Isso! Vou pegar um chocolate!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Durmo, logo sonho

Pois é, pois é , pois é
Quem me conhece sabe o quanto sou boa de cama. Durmo que é uma beleza. Sem estresse quanto a barulho, luzinhas, cama diferente... e é raro um problema me tirar dos braços de Morpheu.
A única restrição é o meu relógio biológico, que não contribui pra que eu durma cedo, desde criança.
Sou totalmente morcega,  amo dormir de manhã, embora o mundo me taxe de preguiçosa (rá, quero ver essa gente funcionando de madrugada tão bem quanto eu. São uns chatonildos que antes da meia noite já tão bocejando no barzinho).
E de manhã, juro que minha cama (ou é o marido?) me abraça, joga a pena por cima de mim e fala no meu ouvido de mansinho  "aah, fica mais um pouquinho... só mais umas horinhas..."

Enfim, tudo isso pra dizer que AMO dormir e sonho que é uma beleza. Meu inconsciente é um super roteirista, diretor, figurinista, continuista... são sempre tantas emoções (das melhores e das piores)!

Pra vocês terem uma idéia já sonhei que eu era uma sacola plástica que voava pela cidade.
Já sonhei que eu era a Maya daquela novela indiana (afff, nem via a novela, mas confesso que foi ótemo ser a Juliana Paes por uma noite, com o Raji ainda. Arebaba!).
Já sonhei que eu e o Cid Moreira fomos brutalmente assassinados -  eu levei um tiro na nuca que atravessou minha cabeça e pegou no meio da testa do Cid - que estava dentro da televisão, apresentando o Jornal Nacional.
Fora os sonhos mais profundos, que acredito que possam até ter sido viagens astrais mesmo...

Pena que na maioria das vezes esqueço o sonho assim que levanto.
Mas tá, essa noite lembro que sonhei que tava indo morar num Kibbutz em Israel (não tenho origem judaica) e depois, num outro sonho eu tinha um bebezão - siiiiim, de novo o baby papo, porque afinal de contas, sobre outras coisas eu falo o dia inteiro em outros lugares.

No post anterior em contei que já tive alguns sonhos em que eu era mãe. Todos foram bem intensos. Ou eram desesperados, ou ansiosos, ou horripilantes, amorosos, apaixonantes, felizes...
Pois bem. Nesse, o bebezão tinha perto de um ano (talvez um pouco mais) e tava no meu colo. Sei lá pra onde a gente tava indo. Sei que o marido ia na frente, carregando algumas coisas e me apressando e eu ia caminhando meio destrambelhada, cansada, desarrumada, segurando o nenê e mais umas bolsas. Aí o nenezão simplesmente puxa meu peito com tudo pra fora da blusa e começa  a mamar. Não tava esperando aquilo naquele momento, meu tronco foi pra frente, desequilibrei, quase caí. Aí me recompus, ajeitei o peito e o nenezão e seguimos caminhando e mamando e seguindo o maridão, apressados pro tal destino que não sei qual era.

Acho que esse sim, foi o sonho mais bizarramente real que já tive sobre maternidade. Não tinha glamour, euforia, nem desespero, medo, nada. Eu tava meio suada, o nenezão era lindo mas tava meio sujinho e com fome. Eu sentia que a fralda tava cheia. A gente tava com pressa, carregando coisas, depois de um dia cheio de não me lembro o que, indo pra sei lá onde. Era uma cena comum comum do dia a dia do povo brasileiro.
Diferente de qualquer comercial de família feliz, e isso não quer dizer que não éramos felizes. Mas não era um momento encantado. Mesmo.

De tarde, quando lembrei do sonho eu ri.
E agora tô rindo de novo.

E pra não dar nenhum tom profético pros meus sonhos maternos dos últimos tempos:
hoje eu menstruei.
Bem no dia dos bobos!

E sabe qual foi a minha reação?
Eu ri!
Ri com vontade, porque as vezes eu acho tudo muito engraçado!
                                         
:D