segunda-feira, 1 de julho de 2013

A escolinha e o coração que não se convence

E aí que um dia isso ia chegar.
É um tema batido, já vi tantas amigas passarem por isso, tantas famílias... e por mais que eu fosse solidária com a causa não tem como ter noção das coisas só na empatia.

Fui chamada num concurso que fiz em 2009. Eeee! O concurso vencia agora dia 15 de julho e foi um alívio terem me chamado. É pra minha área, salário legal, 20h (mas parece que tem que pegar 30h. vamos ver  isso hoje a tarde) e ainda consegui uma escola relativamente perto de casa - o que é raro em concursos municipais. Eu sei que isso é ótimo, que eu deveria estar muito feliz e estou. Sei que a grande maioria das mães adorariam um trabalho de meio turno e sei que isso não é problema perto de um filho doente ou muita falta de grana.
Mas chega de bancar a Poliana. Tô sofrendo pra caralho.
Até então eu trabalhava de manhã e o Bernardo ficava em casa com o pai. Mas a tarde o pai precisa trabalhar também...
Já tínhamos olhado várias escolinhas e ficamos entre duas. Uma com uma proposta pedagógica linda, inclusiva que eu como pedagoga acredito e indico.Mas com espaço físico super reduzido. O "pátio" dos bebês é pequeno, cimentado, com grama sintética e aqueles brinquedos de plástico.

A outra escola tem uma pedagogia ok, salinha super ampla e arejada, alimentação orgânica toda produzida na escola, pátio enoorme com grama, terra, árvores, horta, casa na árvore, brinquedos de parquinho, caminhos... um encanto. Mas bem mais crianças na turminha e mais longe de casa.
Meu coração não tava tranquilo em imaginar meu filho, que já mora em apartamento passando a tarde num espaço minúsculo e totalmente artificial. Pois bem, optamos pela escola 2.

Começamos a adaptação terça passada e não estamos felizes. Nem eu, nem ele. Ele adora brincar por lá, as professoras inventam brincadeiras divertidas, tem bastante música, o que ele adora, eles ficam livres, e tem um espaço bem legal pra explorar, mas assim que eu saio ele chora e me procura. Esses dias numa das poucas saidinhas que dei a professora veio com ele no colo, cheio de lágrimas ele me disse: num dá, num dá!
Meu bebê de 1 ano e 3 meses (feitos ontem) falou claramente o que eu já sabia, que ele não tá pronto.
Foi a primeira vez que vi o medo nos olhinhos dele, foi a primeira vez que ele se sentiu ameaçado, abandonado. E meu coração se partiu em mil pedaços.

Eu sei que faz parte e que ele vai se adaptar. Que todos se adaptam. Mas a que preço?
Vai parar de chorar quando se der conta que não adianta, que eu não vou aparecer?

A verdade é que todos os bebês que estavam ali, brincam, dançam, riem, se alimentam e até tiram uma sonequinha na escola, mas na verdade nenhum me parece bem mesmo. Eu sei que nessa idade o melhor é ficar em casa, ao lado de pessoas que são referência afetiva pra ele. Eles são pequenos, precisam de momentos de colo e chamego. Mais do que uma professora que tem que dar conta de outros cinco pode dar.

Eu juro que pensei que fosse ser mais fácil, que ele ia dar tchau, tchau e ir brincar com os amiguinhos.Como a gente quer se enganar... Mas é que o Bernardo ama crianças e é bem independente. Apesar de mamar no peito e dormir mamando, já dorme na casa da vó felizão e dorme rapidinho no colo do pai. Vai com todo mundo e se eu preciso dar uma saída rápida posso deixar com os avós, tias e nossos amigos na boa. Ele fica sorrindo e dando tchauzinho.

Por enquanto não temos outra solução. O negócio é torcer pra que essa adaptação se dê com menos sofrimento possivel e sei que preciso estar mais segura e não projetar todos meus fantasmas em cima do pequeno.
Enquanto isso vou tentar fazer uns mexes no trabalho e quem sabe daqui a uns meses eu consigo trocar pro turno da manhã e as coisas voltam a ser como eram antes...

Me abraça?