sábado, 10 de agosto de 2013

Cadê eu??

Dia seguinte, ou dois dia depois da última postagem a coisa toda se resolveu. Escrevi um textão falando um monte de coisas e jurava que tinha postado, mas ele se perdeu...

Bem resumidamente: por sorte, mágica, destino ou acaso me chamaram no trabalho e pediram pra eu trocar o turno por alguns meses, para cobrir uma colega que está de licença saúde não se sabe até quando.
Aí tudo permaneceu como estava. Pequeno em casa pelas manhãs com o pai, à tarde comigo, segundas a noite com o pai e quartas a noite com a vó.
Imagina uma mãe feliz! Era eu. Não me cabia em mim.
- Sou grata ao universo, ao marido e às avós por bancarem comigo a possibilidade de dar ao meu filho a atenção que eu acredito que sejam tão importantes nesse início de vida.
E foi incrível ver a mudança de comportamento do Bernardo. Ele que tava choroso, manhoso e birrento, voltou a ser a criança alegre e segura que sempre foi. Até o sono noturno, que tava um caos (sem soneca da tarde + insegurança) voltou ao normal - o que nem sempre é tão bom assim, mas tudo bem.

Então que nesse tempo o vulcão interno dessa que voz fala, resolveu acordar. Parei de fugir da Laura Gutman (me diz pq fugir, gente?) e encarei a leitura bem atenta. Enquanto isso, o baby teve uma amigdalite e tomou antibiótico pela primeira vez. Assim que passou, tive eu uma pneumonia.
É mole? Não não é.

Entre repouso, reflexões, e mil sentimentos me sinto nesse momento completamente fusionada com meu rebento. Olho pra ele tão comprido mamando e dá vontade de chorar. De orgulho, de amor, de dúvida e de saudades. Vontade de estar grávida. Ou de botar ele de volta na barriga? ...Mas é tão incrível ver ele crescer... ver o menino querido que ele tá se tornando.

O óbvio berra pra mim todo dia no espelho, no reflexo do copo de água, do café... eu não sou mais a mesma.
Incrível como tem sido difícil pra mim quebrar paradigmas. Coisas que o coração já aceitou faz tempo ficam difíceis quando tem um inconsciente carregadinho de símbolos que não me pertencem, mas que grudaram em mim que nem limo na pedra.
Incrível como arrumo desculpas pra não encarar minha nova cara.
Preciso urgente voltar pra terapia.


segunda-feira, 1 de julho de 2013

A escolinha e o coração que não se convence

E aí que um dia isso ia chegar.
É um tema batido, já vi tantas amigas passarem por isso, tantas famílias... e por mais que eu fosse solidária com a causa não tem como ter noção das coisas só na empatia.

Fui chamada num concurso que fiz em 2009. Eeee! O concurso vencia agora dia 15 de julho e foi um alívio terem me chamado. É pra minha área, salário legal, 20h (mas parece que tem que pegar 30h. vamos ver  isso hoje a tarde) e ainda consegui uma escola relativamente perto de casa - o que é raro em concursos municipais. Eu sei que isso é ótimo, que eu deveria estar muito feliz e estou. Sei que a grande maioria das mães adorariam um trabalho de meio turno e sei que isso não é problema perto de um filho doente ou muita falta de grana.
Mas chega de bancar a Poliana. Tô sofrendo pra caralho.
Até então eu trabalhava de manhã e o Bernardo ficava em casa com o pai. Mas a tarde o pai precisa trabalhar também...
Já tínhamos olhado várias escolinhas e ficamos entre duas. Uma com uma proposta pedagógica linda, inclusiva que eu como pedagoga acredito e indico.Mas com espaço físico super reduzido. O "pátio" dos bebês é pequeno, cimentado, com grama sintética e aqueles brinquedos de plástico.

A outra escola tem uma pedagogia ok, salinha super ampla e arejada, alimentação orgânica toda produzida na escola, pátio enoorme com grama, terra, árvores, horta, casa na árvore, brinquedos de parquinho, caminhos... um encanto. Mas bem mais crianças na turminha e mais longe de casa.
Meu coração não tava tranquilo em imaginar meu filho, que já mora em apartamento passando a tarde num espaço minúsculo e totalmente artificial. Pois bem, optamos pela escola 2.

Começamos a adaptação terça passada e não estamos felizes. Nem eu, nem ele. Ele adora brincar por lá, as professoras inventam brincadeiras divertidas, tem bastante música, o que ele adora, eles ficam livres, e tem um espaço bem legal pra explorar, mas assim que eu saio ele chora e me procura. Esses dias numa das poucas saidinhas que dei a professora veio com ele no colo, cheio de lágrimas ele me disse: num dá, num dá!
Meu bebê de 1 ano e 3 meses (feitos ontem) falou claramente o que eu já sabia, que ele não tá pronto.
Foi a primeira vez que vi o medo nos olhinhos dele, foi a primeira vez que ele se sentiu ameaçado, abandonado. E meu coração se partiu em mil pedaços.

Eu sei que faz parte e que ele vai se adaptar. Que todos se adaptam. Mas a que preço?
Vai parar de chorar quando se der conta que não adianta, que eu não vou aparecer?

A verdade é que todos os bebês que estavam ali, brincam, dançam, riem, se alimentam e até tiram uma sonequinha na escola, mas na verdade nenhum me parece bem mesmo. Eu sei que nessa idade o melhor é ficar em casa, ao lado de pessoas que são referência afetiva pra ele. Eles são pequenos, precisam de momentos de colo e chamego. Mais do que uma professora que tem que dar conta de outros cinco pode dar.

Eu juro que pensei que fosse ser mais fácil, que ele ia dar tchau, tchau e ir brincar com os amiguinhos.Como a gente quer se enganar... Mas é que o Bernardo ama crianças e é bem independente. Apesar de mamar no peito e dormir mamando, já dorme na casa da vó felizão e dorme rapidinho no colo do pai. Vai com todo mundo e se eu preciso dar uma saída rápida posso deixar com os avós, tias e nossos amigos na boa. Ele fica sorrindo e dando tchauzinho.

Por enquanto não temos outra solução. O negócio é torcer pra que essa adaptação se dê com menos sofrimento possivel e sei que preciso estar mais segura e não projetar todos meus fantasmas em cima do pequeno.
Enquanto isso vou tentar fazer uns mexes no trabalho e quem sabe daqui a uns meses eu consigo trocar pro turno da manhã e as coisas voltam a ser como eram antes...

Me abraça?


sábado, 15 de junho de 2013

Não sei se vou ou se fico

De novo passou mais um tempão sem que eu escrevesse uma linha sequer. E assunto é o que não falta.
Aí fizemos uma viagem diver com o filhote pra Buenos Aires e conhecemos pessoalmente a Carol, o Lucas e o Pedro. Foi demais! Mas foi pra além do divertido... saí de lá com uma pulga atrás da orelha que tá ficando gordinha e coçando bastante.

Ela me perguntou se o fim do blog era oficial e qual era minha relação com o Agora eu era.
E sabe? Dei uma resposta rápida, pega de surpresa por essa pergunta que até então só pairava na minha cabeça, mas nunca tinha sido tratada com tempo, com respeito e com  a profundidade merecida.
Coisa louca como depois que o Bernardo nasceu eu absorvo milhares de informações, reflito, mudo de opinião e ajo, mas tenho imensa dificuldade, preguiça, incapacidade de sintetizar meus pensamentos e colocar no papel.
Como a coisa toda ainda tá confusa pra mim, vou largando assim por tópicos idéias e sentimentos sobre a blogosfera e minha não participação ativa. Quem sabe me ajude a organizar o pensamento e tomar uma posição sobre o futuro do blog... 
Ajuda, pitacos, conselhos são bem vindos.
se é que alguém ainda passa por aqui  :P

- Eu ainda leio muito a blogosfera materna, mesmo que não comente quase nunca.
- Sinto como se conhecesse muitas blogueiras, algumas com as quais sequer troquei comentários em posts.  Me identifico com algumas, acho que temos coisas em comum e tenho vontade de tomar um café e levar as crianças no parquinho.
- Tenho ciuminho (no bom sentido, gente) das amizades que vejo que se criam aqui e morro de vontade de conversar junto cuascumadre.
- A idéia da maternidade ideal propagada me irrita um pouco. Du vi do que a maioria faça tudo o que diz. Mas acho importante pra fazer pensar e encontrar o caminho do meio.
- Não me enquadro em nenhum modelo de maternidade. Vou fazendo por aqui o que meu coração e razão ditam, de acordo com as necessidades da minha família, que são únicas, como cada família. Leio bastante e de tudo, me informo e estou em constante processo de auto análise. Erro muito, tenho milhões de dúvidas, outros milhões de certezas e as vezes pareço contraditória.
- Deixei de escrever: primeiro por falta de inspiração, depois por falta de tempo, depois por achar que nada do que eu diga possa ser relevante pra ninguém (e aqui eu tô falando de um processo muito legal que vi acontecer, onde mães blogueiras resolveram levantar a bandeira do que acreditam, trazendo material de qualidade pra informação e reflexão. Obrigada! Me ajudam muito mesmo.)
- A idéia do registro da minha construção como mãe e do desenvolvimento do meu filho me seduz, sim. Mas  tenho verdadeiro horror de me expor. De expor o que me é mais precioso e delicado, o meu lado mais forte e mais vulnerável ao mesmo tempo. Medo que conhecidos entrem pra bisbilhotar. Pânico. Queria que só as vizinhas de blog tivessem acesso, mas não queria privatizar, queria que fosse dinâmico... não tem como né?
- Fico vaidosa quando escrevo aqui e vejo que tive bastante acesso. Entro em frenesi com comentários. Orgulhinho, sabe? - Ei! Mas não era tu que tinha horror de exposição?


E aí? Tem jeito ou o negócio é fechar a bodega?