terça-feira, 13 de novembro de 2012

Voltando!

Depois de meses de abandono, mais de mil posts mentais, sem inspiração pra escrever nenhuma linha, muitas fraldas, mamadas e canções de ninar, muitos sorrisos, gargalhadas, choros, mimimis, leituras, reflexões, conclusões, mais e mais dúvidas e algumas dívidas... voltei!

Assim, toda desengonçada, com o filhote no colo batendo incansavelmente no teclado. Sem rascunho, mas cheia de saudade!

Essa é minha versão 3.2 ( feitos ontem, com festa surpresa e tudo!).

Bernardo tá com 7 meses  e meio e cada vez mais esperto e amado. Gente! Eu achava que amava esse bebê logo que ele nasceu. Nada! Eu amo tanto, mas tanto mais hoje... o que é isso? como pode esse amor crescer tanto né? É clichê mas é verdade! Juro que ainda não me acostumei. As vezes dá vontade de gritar de amor (e as vezes de cansaço).

Mas vamos à crise do momento:
Até agora eu tava trabalhando bem pouquinho, atendendo só dois pacientes. E minha mãe ou o marido ficavam com o pequeno nesse período. tava tranquila, esperando me chamarem em um concurso (sou a próxima da lista), mas aí a situação financeira foi apertando beeem e apareceu a oportunidade de uma seleção pra um trabalho bem legal. Fiz. E hoje me ligaram pra dizer que deu certo!

Tô feliz!

Mentira.

Tô triste...

Mentira.

Não sei bem o que tô sentindo.
Vontade de trabalhar, ganhar meu dinheiro (que realmente tá fazendo falta), me desenvolver profissionalmente, ter papo de adulto...
Mas com o coração bem apertado de não poder ter mais os momentos delícia na cama com meu filhote de manhã (ele acorda umas 6h no berço, aí levo pra minha cama e ele mama e dorme bem agarradinho  até umas 9 e pouco).
- Diz aí que eu vou poder fazer isso final de semana e que tá tudo bem? obrigada)

O bom é que o trabalho é das 7h às 12:20. Ou sejE: tenho o resto do dia pra ficar com o gurizinho.
Além disso ele vai poder ficar em casa com o papai 3 dias da semana e nos outros 2, vai passar parte da manhã com a minha mãe, que ele ama.
-Concorda aí que isso é ótimo pra ele, vai!

A mudança vai ser grande pra mim. Vou acordar muito cedo  pra ir trabalhar (não é questão de preguiça - ou só de preguiça - mas de relógio biológico mesmo, sempre fui dormir muito tarde) e o pequeno ainda acorda pra mamar no meio da noite. Vou ter que deixar uma mamadeira pra ele tomar cedinho e  tenho medo que ele desmame.

Outra coisa doida é que tô com medinho de não dar conta do trabalho. Sinto como se estivesse a anos fora do mercado. A verdade é que meu interesse está totalmente voltado para criação de filhos e desenvolvimento do Bernardo...

Sei que tô numa situação privilegiada por ter um trabalho legal com uma carga horária super ok pra uma mãe.  Que é ótimo que ele possa ficar aos cuidados do pai e da vó. Me sinto boba por não estar conseguindo dar tanto valor pra isso. Mas essas horas que vou ficar longe do meu bebê não estão soando bem pra mim...

Enfim, ainda tô me encontrando nesses novos papéis que a vida me deu. tô em processo...Me desconstruí pra me construir de novo. Mais interessante, mais madura, mais sensível, mais consciente, mas principalmente com MUITO mais amor.


quarta-feira, 4 de abril de 2012

Nascemos!

Eis que na madrugada do dia 29 de março, mais precisamente às 4:30, minha bolsa rompeu!
Ali começou o acontecimento mais importante da minha vida.
Às 17:15, o Bernardo nasceu! E eu também.
Com 50 cm, 3,480 kg. Saudável, lindo,amado, bochechudo e sugando desesperadamente!

Depois de 12 horas de trabalho de parto, tivemos que fazer uma cesária às pressas. Mas estou ótima, recuperada da cirurgia, sem dor nenhuma. Não consegui o parto vaginal, mas tive uma cesária super humanizada e passar por todo o TP foi fundamental pra estarmos como estamos agora: mamando muito, muito, muito!


Eu volto pra contar tudinho.
Não sei quando, mas assim que der!

Mas preciso perguntar pras mais experientes: é possível morrer de amor?
ai ai...

quarta-feira, 28 de março de 2012

Ai ai ai ai, tá chegando a hora!

Estamos com 38 semanas e meia de gestação! Por mais que o pitoco ainda demore pra vir, é logo logo, loguinho!

E a ansiedade começa a dar as caras por aqui. São tantas coisas.... 
O trabalho de parto? Será que vou reconhecer?(acho que sim, né? mas sei lá, nunca tive um) Será que vou chegar muito cedo na maternidade ou  parir no estacionamento?
Meu filhote vai nascer bem?
Eu vou ficar bem?
Vamos conseguir o tão desejado parto normal?

Ai é tanta coisa que nem sei o que é! Só sei que se minha barriga não era das maiores ao longo da gravidez, ela resolveu evoluir loucamente a cada cinco minutos. Tá enorme! Lindona! 
Já eu, tô perdendo o glamour gravídico. 
Sim, eu tava me sentindo linda na gravidez. Recebia mil elogios e ficava toda toda. Não engordei muito, não inchei, não tive enjôos, gases, azia, bafo, chulé e nem dores significativas. Ainda ontem tirei as cutículas do próprios pés. Salve a Yoga pra gestantes! 
 Minha pele tá ótima, o cabelo sedoso e tenho uma sensação de plenitude muito  doida, que só pode ser passageira. Tive e tenho tido dias mais sensíveis, mas não oscilei muito de humor não. Ao contrário, estive e estou muito forte. Passei por situações pessoais delicadas com bravura e maturidade, acho.

Aí que até semana passada, não tava com a mínima pressa de ter o Bernardo aqui fora. Tava curtindo ao máximo cada movimento dele, cada sensação. Confesso que dava até uma tristezinha em pensar que logo minha barriga ia estar vazia, e meu bebezico teria que enfrentar esse mundo doido.
Bobagem, loucura... eu sei. 
Mas eu vejo o parto como o fim de um ciclo e início de outro. Sei que algo grandioso está pra acontecer. 
E não deixa de ser uma despedida. De mim mesma. 
Eu também  vou renascer ali, junto com meu filho. E isso é maravilhoso e assustador ao mesmo tempo.

Mas essa semana, já estou doida pra ver a carinha dele, sentir o cheirinho, pegar os pezinhos, amamentar...

Me sinto explodindo. Deu uma esfriada e praticamente não tenho o que vestir. Comecei a andar que nem uma pata. e tenho tido contrações doloridas. Com frequencia.
É, ontem à noite realmente pensamos que tava chegando a hora. As contrações foram bem doloridas e chegaram a um intervalo de 2 minutos, mas não engrenaram. A coisa toda durou uns 40 minutos e parou. Foi assustador bom, sabe assim? 

Hoje tinha que resolver umas coisas rápidas perto de casa, ir na gráfica, no banco... mas pela primeira vez não tive coragem de sair sozinha.
Sinto que algo grandioso está pra acontecer. E está.
Pode até demorar ainda. Mas mesmo que demore, não vai. Tá quase. É pra já.

Tem nome pra esse sentimento?


XXXXXXX


Vem, meu amor! Estamos te esperando com o coração escancarado!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Balaio de mim

Faz bastante tempo que não registro nada por aqui e agora tá tão pertinho do nascimento! Quero escrever tanta coisa, pra não esquecer depois, que vai ficar meio caótico, mas enfim...

Estamos hoje com 36 semanas e 4 dias de gravidez e o Bernardo é um fanfarrão que não pára quieto e deixa minha barriga toda torta! Eu adoro, amo, e parece que sempre tive um bebê na barriga. Vou morrer de saudades da gravidez, da barrigola, dos paparicos... ( e poderia escrever um tratado sobre isso)

Aqui em Porto Alegre tá fazendo um calorão horripilante e mesmo assim eu tô amando estar grávida, me sinto super bem a maior parte do tempo. Até semana passada estávamos passando uns 3 dias da semana na cidade e outros 4 na praia. E isso foi fundamental na minha disposição e bem estar. Lá a vida é outra, uma brisinha, mar, rede, piscina e muitas caipirinhas de criança (enquanto o povo toma de vodka, o marido faz uma iNgualzinha pra mim, sem álcool  - inclusão, a gente vê por aqui). Ficamos alguns dias com meus pais e outros com amigos (enquanto meus pais viajavam). Foi ótimo! Fechou de eu não estar trabalhando quase nada (o velho problema das crianças em férias escolares) e do marido ter shows no litoral.

Semana passada fizemos as últimas férias de casal, sem o pitoco (depois sabe-se lá quando isso vai acontecer de novo). Fomos pra uma pousadinha bem gostosa numa prainha linda de Santa Catarina.
Em março é tudo muito tranquilo, poucas pessoas na praia, mais casais com bebês e crianças pequenas. Um calorão, um marzão azul e gelado pra refrescar, árvores à beira mar... lua cheia dando show pra nascer e se por...
ai ai ai... tava ótimo e foi perfeito pra preparar nossa energia pra chegada do guri.

Ainda em fevereiro meus pais chegaram de viagem e trouxeram muita coisa pro filhote. Carrinho, cadeirinha, tapetinho de atividades, cadeirinha vibratória, máquina de ordenhar, muitas e milhares de roupinhas lindas e mil coisas fofas que não tem fim. Uma orgia bebezística, que outrora eu acharia um exagero (e ainda acho), mas quer saber? Amei tudo. Cheiro tudo, pego tudo, olho tudo toda hora e fico imaginado o Ber ali, e nossas vidas com ele aqui fora.

Já lavei, passei e guardei as roupinhas menores, os cobertorzinhos, mantinhas, cueiros, toalhas, paninhos...
que coisa louca o cheirinho de nenê que já invade a casa!

O quartinho tá pronto, berço montado, cômoda e roupeiro arrumados, prateleira instalada, poltrona de amamentação posicionada, bichinhos esperando e Bernardo. Uma fofurice! Falta só uns detalhes, cortina, lustre novo, enfim coisicas não necessárias, que só servem pra agradar os olhos dos adultos.

Porque o que o Bernardo precisa mesmo, de verdade verdadeira, tá garantido, mas não pronto. Aliás é total e eternamente inacabado, ainda bem! Tô falando de mãe, de pai. Tô falando de mim e da mãe que tô me tornando. Da minha vontade de crescer, de aprender, de nutrir, de cuidar.
Tô falando de um amor que cresce tanto, que mexe tanto, que não tá mais cabendo dentro de mim. Um barrigão é pouco pra ele. É pouco pra nós. Tô literalmente explodindo de amor!

Esse domingo vai ser o chá de fraldas. Depois eu volto! Quero escrever mais! Passei meses sem conseguir produzir praticamente nenhuma linha e agora a vontade é de escrever, escrever, escrever, escrever, escrever, escrever...

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Yes, nós temos colostro!

Pode uma coisa tão natural e corriqueira deixar uma mulher tão feliz?


Sim!

Eu tô MUITO feliz, tô me sentindo poderosa, mulherão, conectada com a natureza. 
Eu tenho colostro gents, e bastante, diga-se de passagem.

Foi ontem o nosso encontro. Foi lindo, foi emocionante!
Às 30 semanas de gravidez, no consultório da minha fada GO. Ela deu uma apertadinha, bem inha mesmo  e ele brotou, lindamente dos dois seios!

Confesso que eu andava meio tensa com esse papo de amamentação. Sempre quis amamentar e tive medo de não poder. E agora, a cada dia mais perto de ter meu filhote nos braços, o fantasma de não poder oferecer o peito tava crescendo...
Isso tudo porque há 15 anos fiz uma cirurgia redutora de mama.
Na época eu e minha mãe perguntamos para o médico se a mamoplastia poderia interferir na amamentação e e ele foi categórico ao afirmar que não tinha nenhuma relação.
Poxa, tem que ter muita certeza. Eu era muito nova.

Durante alguns bons anos não questionei, nem me preocupei com isso. Mas quando a vontade de ser mãe nasceu em mim, foi uma das primeiras coisas que lembrei e fui atrás.
Minha go confirmou minhas pesquisas internéticas. Em média menos de 20% das mulheres que se submeteram a mamoplastia conseguem amamentar seus bebês sem utilizar complemento, e a amamentação dura em torno de dois meses (ô dó). 
Não que não produzam leite. A produção não é afetada pelo procedimento cirúrgico. O problema é na saída do leite... A maior parte das cirurgias altera significativamente os ductos lactíferos. Na recolocação dos mamilos, os ductos são alterados e costumam ficar entupidos. 
Brabo isso, né? As mulheres deveriam ser muito bem informadas pelo médico. 
Isso pesa e muito na decisão de fazer a cirurgia naquele momento ou adiar até terminar de amamentar a prole (ou deveria pesar, enfim)

Claro que mesmo assim, sempre há formas de estimular e com persistência é possível amamentar o pequeno.  Mas a gente sabe que amamentar já pode ser um processo delicado quando não se tem nenhum "problema" estrutural.

Eu já tava tentando me consolar, pesquisando muito e me preparando pra usar diferentes técnicas pra amamentar nem que fosse um pouquinho. Li alguns relatos de sucesso e tava me inspirando neles pra essa jornada.

Mas hoje quando o colostro brotou do meus seios eu senti que vamos conseguir! 
A médica confirmou, dizendo que os ductos estavam bem desobstruídos e que a quantidade de colostro é um ótimo sinal. Me orientou a massagear as mamas diariamente após o banho, bem pouquinho, nas partes onde tenho mais "embolotadinho" e depois dar uma puxadinha e apertar levemente os mamilos (são um pouco planos). Quando sair o colostro, não é pra secar, ele vai preparando a pele do mamilo pra boquinha do baby não machucar. Disse que algumas pessoas acreditam que esse estímulo favoreça o parto prematuro, mas se feito apenas uma vez ao dia só vai me auxiliar na amamentação.

Ahh! Que loucura! Amamentação!

É... O tempo, aquele senhor louco
Estamos cada vez mais perto, Bernardo! 
O ninho tá quase pronto, as coisas estão andando direitinho, eu tô curtindo muito cada movimento do pequeno... 
A vaca louca foi embora do meu corpo e quem tomou o seu lugar foi uma vaca leiteira. Bem melhor assim!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Descontrole

Uma hora ele ia chegar, né? Não vou me queixar da vida e me fazer de vítima do universo, não seria justo. Não mesmo.
Mas porra! Uma hora dá um tilt, um cansaço, uma vontade de mandar todo mundo a merda e ficar quieta, sozinha, dormir 24 horas ou ir pra uma ilha deserta.
Uma vontade de chorar até desidratar.

Mil pendengas pra resolver do trabalho, planejar a tal "licença" ( opa! sou autônoma, me fudi ),da obra da casa, do enxoval, dos cachorros, da yoga, do saldo negativo no banco, da terapia que eu deveria estar fazendo... mas não tenho dinheiro. Essa época é péssima de trabalho.

To tendo uma super hiper ajuda dos meus pais na obra e no enxoval, eles vão viajar e trazer o grosso de fora.
Que ótimo, que lindo, que luxo!

Mas eu queria poder fazer tudo isso sem precisar da ajuda de ninguém.
Como ser mãe se ainda sou tão filha?

Nunca tive problemas em relação à dinheiro com meu marido. Ele sempre ganhou mais do que eu, pagou a maioria das contas e eu pagava umas contas mais leves. Sempre foi de uma maneira natural, sem cobranças, sem culpa... Mas hoje isso me incomoda e MUITO. Sei lá se são hormônios, se é o peso da maternidade, se é a ficha da responsabilidade em criar uma criança finalmente caindo, se é a noção tardia que eu não sou mais uma criança.

Só sei que hoje eu to assim. Péssima, descontrolada.
A vaca indiana que tinha possuído meu corpo desde o início da gravidez foi embora e deixou a vaca louca por aqui.

No auge da minha não experiência materna já posso dizer que me sinto uma mãe de merda.